quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Dá-me, Senhor, um coração vigilante que não se deixe desviar de ti por nenhum pensamento leviano, um coração reto que não aceite ser seduzido por instintos perversos, um coração livre que não se deixe dominar por nenhum poder maligno. Dá-me, Senhor, sensatez para te conhecer, sabedoria para te achar. Faze com que minha vida inteira seja do teu agrado"

Tomás de Aquino, 1225-1274

sábado, 7 de maio de 2011

O paraíso não é aqui na Terra!
        
         A vida eterna foi o presente que Jesus, o Cristo, nos concedeu ao morrer no calvário. Ser eterno, viver para sempre ao lado de Deus, ouvindo a Sua voz e vendo a Sua face; nunca mais sentir dor, tristeza, decepção... Como avaliar essa dádiva?
         É provável que alguns não valorizem esse indescritível benefício, por não conseguirem lançar seus olhos sobre a eternidade, na vida após a morte, mantendo-os fixos na realidade presente! Pensam: Deus só é real e bom se fizer alguma coisa por mim nesta vida, tem que ser agora, já! Adoram a um tipo de gênio da lâmpada, o qual lhes concede a realização de desejos ilimitados, tais como: eu quero um carro novo, eu exijo o meu apartamento novo, eu determino a saúde financeira da minha empresa!
E não é difícil pensar assim, ainda mais quando há tantos que recheiam seus sermões de toda sorte de promessas para aqueles que se tornarem grandes “mantenedores” do reino de Deus! Como se o reino de Deus fosse sustentado por nosso mísero dinheiro! Ou como se Ele fosse um grande mercador de bênçãos!
Por que não escuto mais sermões que me impelem a simplesmente adorar a Cristo por Ele ter salvado a minha alma do inferno, sem desejar extrair benesses dos Seus celeiros?
Por que estão fazendo de Cristo um garçom que deve estar pronto para realizar desejos eivados de ganância e avareza?
Onde estão aqueles que proclamam a mensagem da cruz? Que pregam a necessidade de termos uma vida santa e simples?
Por qual razão os versículos bíblicos têm a sua interpretação distorcida, a fim de que se possa angariar mais dinheiro para sustentar a farra de alguns que se dizem “líderes”, “enviados”, “apóstolos”?
Não! Não estou fazendo apologia a uma vida miserável! Podemos ser ricos? Sim. Podemos almejar melhorias em nossa tão efêmera existência? Sim. Porém, não é esse o alvo da minha relação com o Divino! O dinheiro não deve ser um deus para nós.
A vida cristã objetiva imprimir em mim o “jeito de ser” de Deus, o foco é estabelecer, em nós, a imagem e a semelhança de Deus que foi distorcida pela prática do pecado. Não somos cristãos bem sucedidos quando lucramos na bolsa de valores! Somos cristãos bem sucedidos quando andamos com Deus, e isso produz em nós um novo jeito de ser, quando trilhamos um caminho de amor, de respeito, de humildade, de contentamento na fartura e na escassez.
Não leio nas Escrituras Paulo e Pedro andando de carro importado, ou viajando de helicóptero ou jatinho particular! Antes, passando por incontáveis privações para que o verdadeiro Evangelho fosse pregado no mundo!
Cristo não nos deve nada para que possamos exigir alguma coisa Dele! Como poderia exigir alguma coisa Daquele que me amou a ponto de morrer por mim?
O que me faz pensar que detenho algum “poder” sobre as ações divinas na minha vida? Ao ler a Bíblia Sagrada, de forma responsável e com temor no coração, não percebo que o Senhor é Soberano? Foi isso que nos ensinou o profeta: “Quem guiou o Espírito do Senhor, ou como seu conselheiro o ensinou? Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o caminho do entendimento?” Is 40. 13-14.
Que crédito tenho eu, para legitimar uma cobrança diante do trono do Deus eterno?
Se tenho algo a dizer ao Senhor, que sejam palavras de gratidão, por Seu amor diário, por Sua paz, por seu conforto nos dias difíceis, por Sua inconfundível voz de encorajamento, quando o medo e a tristeza tentam dominar meu coração!
Senhor, ponha em minha mente uma medida de amor e confiança em Ti, que me permitam dizer como o profeta: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.” Hc 3.17-19.

Hamilton Anselmo