sábado, 7 de maio de 2011

O paraíso não é aqui na Terra!
        
         A vida eterna foi o presente que Jesus, o Cristo, nos concedeu ao morrer no calvário. Ser eterno, viver para sempre ao lado de Deus, ouvindo a Sua voz e vendo a Sua face; nunca mais sentir dor, tristeza, decepção... Como avaliar essa dádiva?
         É provável que alguns não valorizem esse indescritível benefício, por não conseguirem lançar seus olhos sobre a eternidade, na vida após a morte, mantendo-os fixos na realidade presente! Pensam: Deus só é real e bom se fizer alguma coisa por mim nesta vida, tem que ser agora, já! Adoram a um tipo de gênio da lâmpada, o qual lhes concede a realização de desejos ilimitados, tais como: eu quero um carro novo, eu exijo o meu apartamento novo, eu determino a saúde financeira da minha empresa!
E não é difícil pensar assim, ainda mais quando há tantos que recheiam seus sermões de toda sorte de promessas para aqueles que se tornarem grandes “mantenedores” do reino de Deus! Como se o reino de Deus fosse sustentado por nosso mísero dinheiro! Ou como se Ele fosse um grande mercador de bênçãos!
Por que não escuto mais sermões que me impelem a simplesmente adorar a Cristo por Ele ter salvado a minha alma do inferno, sem desejar extrair benesses dos Seus celeiros?
Por que estão fazendo de Cristo um garçom que deve estar pronto para realizar desejos eivados de ganância e avareza?
Onde estão aqueles que proclamam a mensagem da cruz? Que pregam a necessidade de termos uma vida santa e simples?
Por qual razão os versículos bíblicos têm a sua interpretação distorcida, a fim de que se possa angariar mais dinheiro para sustentar a farra de alguns que se dizem “líderes”, “enviados”, “apóstolos”?
Não! Não estou fazendo apologia a uma vida miserável! Podemos ser ricos? Sim. Podemos almejar melhorias em nossa tão efêmera existência? Sim. Porém, não é esse o alvo da minha relação com o Divino! O dinheiro não deve ser um deus para nós.
A vida cristã objetiva imprimir em mim o “jeito de ser” de Deus, o foco é estabelecer, em nós, a imagem e a semelhança de Deus que foi distorcida pela prática do pecado. Não somos cristãos bem sucedidos quando lucramos na bolsa de valores! Somos cristãos bem sucedidos quando andamos com Deus, e isso produz em nós um novo jeito de ser, quando trilhamos um caminho de amor, de respeito, de humildade, de contentamento na fartura e na escassez.
Não leio nas Escrituras Paulo e Pedro andando de carro importado, ou viajando de helicóptero ou jatinho particular! Antes, passando por incontáveis privações para que o verdadeiro Evangelho fosse pregado no mundo!
Cristo não nos deve nada para que possamos exigir alguma coisa Dele! Como poderia exigir alguma coisa Daquele que me amou a ponto de morrer por mim?
O que me faz pensar que detenho algum “poder” sobre as ações divinas na minha vida? Ao ler a Bíblia Sagrada, de forma responsável e com temor no coração, não percebo que o Senhor é Soberano? Foi isso que nos ensinou o profeta: “Quem guiou o Espírito do Senhor, ou como seu conselheiro o ensinou? Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o caminho do entendimento?” Is 40. 13-14.
Que crédito tenho eu, para legitimar uma cobrança diante do trono do Deus eterno?
Se tenho algo a dizer ao Senhor, que sejam palavras de gratidão, por Seu amor diário, por Sua paz, por seu conforto nos dias difíceis, por Sua inconfundível voz de encorajamento, quando o medo e a tristeza tentam dominar meu coração!
Senhor, ponha em minha mente uma medida de amor e confiança em Ti, que me permitam dizer como o profeta: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.” Hc 3.17-19.

Hamilton Anselmo

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