segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O valor do meu orgulho


“Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. 1Pe 5.5


            Ouvi, há poucos dias, alguém me dizendo que não adiantava eu falar acerca da Bíblia ou sobre a fé em Jesus Cristo, porque ainda que concordasse com meus argumentos, não daria o braço a torcer, pois era uma pessoa de opinião! E não mudaria sua forma de pensar em nenhuma hipótese.
            Algumas pessoas imaginam que possuir uma opinião própria imutável, inflexível, é sinônimo de inteligência e maturidade. Até entendo que não precisamos concordar sempre com a maneira de pensar ou crer das outras pessoas, mas não podemos permitir que nosso “senso crítico” nos impeça de descobrir que, algumas vezes, outras pessoas percebem melhor a realidade do que nós mesmos. Certamente esse é um dos ensinamentos que Platão desejou transmitir ao propor a famosa Alegoria da Caverna.
Acredito que a inteligência e a maturidade estão presentes na vida de alguém que é capaz de: ouvir os outros, meditar no que foi dito, discordar em algumas ocasiões, concordar em outras e até mesmo mudar de opinião e comportamento, quando vislumbram um caminho melhor do que o que adotava até então.
Já perdi muito por permitir que o orgulho do meu coração me dominasse. Deixei de ser feliz, perdi amigos e o prazer de conviver em paz com as pessoas, e tudo isso só porque quis que minha opinião prevalecesse.
Em outras circunstâncias, não me dei o trabalho de sequer escutar o que as pessoas tinham a me dizer, porque não acreditava que alguém pudesse dizer algo que eu já não soubesse. Quantas vezes não ouvi a orientação de meus pais, e em seguida dei com a cara no poste! Depois de algum tempo, descobri que me esforçar para fazer minha opinião prevalecer é uma tolice.
O que é mais valoroso, o meu orgulho ou a amizade das pessoas? O meu orgulho ou a paz no seio da minha família? O meu orgulho ou a vida eterna?
Concordar não é indício de estupidez, concordar é resultado da meditação, do bom senso, e só alcançamos isso, quando permitimos que a humildade permeie nosso coração. A humildade nos concede plasticidade, flexibilidade. A humildade é a luz que nos faz perceber como são terríveis as trevas que dominam o coração orgulhoso.
O coração do humilde é livre, o do orgulhoso jaz encarcerado.
Hamilton Anselmo


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